segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Oito pessoas morrem em protestos no Irã
28 de dezembro de 2009

A rede de tevê estatal iraniana afirmou nesta segunda-feira que oito pessoas foram mortas em protestos contra o governo, citando informações do Conselho Supremo de Segurança Nacional da República Islâmica.

A mídia estatal havia informado mais cedo que cinco pessoas teriam morrido durante os confrontos entre manifestantes e forças de segurança em Teerã, no domingo.

"Conselho Supremo de Segurança Nacional da República Islâmica: 8 mortos em protestos contra o governo do Irã", noticiou a Press TV, estatal com transmissão em inglês, sem dar mais detalhes.

No entanto, com base em informações do ministério da Informação, o canal estatal em persa informou que cinco pessoas morreram vítimas de "grupos terroristas" e que "mais de 10 membros de grupos antirrevolucionários faleceram em condições não determinadas". Até o momento, nenhum outro meio de comunicação oficial do país confirmou a informação.

Detenções - As autoridades iranianas também prenderam nesta segunda-feira duas pessoas ligadas ao ex-presidente reformista Mohammad Khatami e três assessores do líder da oposição Mir Hossein Mousavi, informou a oposição. Foram detidos Morteza Haji, ex-ministro e diretor da fundação Baran, de Khatami, e o adjunto deste, Hassan Rasuli, segundo o site dos parlamentares da oposição, o Parlemannews.ir.

Os serviços de segurança prenderam ainda três dos mais importantes conselheiros do ex-primeiro-ministro Mir Hossein Mousavi, que se tornou um dos líderes da oposição ao presidente Mahmud Ahmadinejad desde as eleições de junho. Os três detidos são Ali Reza Beheshti, Gorban Bezadian-Nejad e Mohammad Bagerian, de acordo com o Parlemannews.
Brasileiros contam como escaparam da morte em Albina
28 de dezembro de 2009



O garimpeiro Fernando Lima, atacado por um grupo de marrons - quilombolas surinameses descendentes de escravos africanos -, desembarcou na noite de domingo em Belém, de um avião da FAB, junto com outros quatro brasileiros, com as marcas da violência do conflito que explodiu em Albina (Suriname) na véspera de Natal: um golpe de facão na cabeça.

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"Pensei que ia morrer. Os caras estavam furiosos e batiam em todo mundo", contou Lima, bastante emocionado, abraçado a parentes e amigos.

Ele disse que, embora ferido, se atirou no rio para escapar da fúria dos homens que o agrediam. Foi socorrido por estranhos que o levaram para um hospital. Agora, não quer mais saber de voltar para o Suriname. "Não quero mais passar por aquilo. Foi horrível", desabafou.

Outro paraense, o também garimpeiro Antonio José Oliveira, de 24 anos, enfrentou um dos piores momentos de sua vida. Ele e outros trinta brasileiros, como Reginaldo Serra, também paraense que estava no voo da FAB, escaparam de serem mortos por marrons durante os distúrbios. Todos fugiram e se embrenharam numa floresta da região, onde passaram a noite escondidos até que os ânimos se acalmassem e o Exército daquele país restabelecesse a ordem na cidade.

Oliveira contou que a fuga para a mata foi um "gesto desesperado". Sem comida e na escuridão, os brasileiros deixaram a floresta somente às 10h do dia seguinte, quando o Exército já havia dominado a situação. "Tinha gente batendo e jogando brasileiros na água. Caí no rio e ajudei o pessoal que não sabia nadar".

(Com Agência Estado)

sábado, 19 de dezembro de 2009

Causas terremotos:

Causas e efeitos dos abalos sísmicos
Ronaldo Decicino*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Tremores ou vibrações da superfície da crosta terrestre, de diferentes intensidades e variadas dimensões, vêm sacudindo nosso planeta há bilhões de anos. Suas causas, porém, permaneciam desconhecidas até a década de 1960. A partir dessa época, com a invenção dos sismógrafos - aparelhos capazes de registrar as ondas sísmicas ou sismos (movimentos súbitos ou tremores na Terra) -, foi possível dar início ao mapeamento de milhares de epicentros (pontos da superfície da Terra onde primeiramente chega uma onda sísmica).

O mapeamento realizado pelos sismógrafos mostrou que os sismos ou terremotos se agrupam ao longo de determinadas regiões, cinturões bem definidos, marcando os limites da movimentação das placas tectônicas (movimentos ocorridos no interior da Terra e que podem dar origem, a depender da intensidade com que ocorrem, a grandes mudanças no relevo).

O movimento lento, mas constante, dessas placas faz com que ocorram tensões no subterrâneo do nosso planeta. Essas tensões se acumulam no leito rochoso durante muito tempo, até serem subitamente liberadas sob a forma de vibrações ou ondas sísmicas, que resultam em um terremoto.


Causas dos terremotos
Há três causas principais para a ocorrência de terremotos:


Desabamento: ocorrem por dissolução e deslizamento das massas rochosas e são causados pela força da gravidade, ocorrendo em regiões suscetíveis de dissolução dos terrenos, como as constituídas por rochas calcárias. Esses desabamentos produzem tremores bem localizados, de pequena importância.

Vulcanismo: nas regiões vulcânicas ocorrem terremotos produzidos por explosões internas, decorrentes do escape repentino de gases sob fortes pressões. Podem, ocasionalmente, ser intensos, como foi o terremoto associado ao vulcão Vesúvio no ano de 79 d. C., quando se sepultou a cidade de Pompéia. Mesmo sendo intensos, sua propagação é limitada, afetando apenas os arredores da área vulcânica.

Tectonismo: os terremotos mais importantes são os causados pelo tectonismo (movimento das placas tectônicas). Nesses casos, as vibrações podem ser sentidas, sem o auxílio de sismógrafos, a mais de 2 mil quilômetros do foco (do ponto de origem do terremoto).

Os sismos acontecem porque a camada mais externa da Terra, a litosfera, formada pelos primeiros 100 km de profundidade, é rígida e quebrada em diversos pedaços (placas tectônicas) que não estão parados, mas se movimentando uns em relação aos outros, como se fossem imensas lajotas que, volta e meia, tentam se encaixar.

Nos pontos onde essas placas se tocam ocorrem os maiores e mais freqüentes tremores. A causa desse movimento é a existência de forças geológicas no interior da Terra, cuja origem não é, ainda, bem conhecida.

Os grandes abalos ocorrem principalmente na região de encontro entre as placas, onde se localizam as falhas maiores, de escala continental. Uma falha é uma fratura, ao longo da qual houve um deslocamento dessas camadas ou placas tectônicas.


Efeitos dos terremotos
As vibrações sísmicas produzem efeitos mais danosos nas regiões cobertas por sedimentos pouco consolidados, muito embora as rochas duras conduzam as ondas com maior velocidade. Para entender esse fenômeno, basta imaginar um copo cheio de geléia que sofresse algum tipo de vibração. O vidro vibra com alta freqüência, mas as vibrações são imperceptíveis. Com relação à geléia, no entanto, a passagem das vibrações é facilmente visível.

Os terremotos geralmente não afetam a topografia (o desenho do relevo), a menos que o foco se situe muito perto da superfície ou que ela seja diretamente afetada pela falha responsável pelo abalo. Como exemplo famoso desse caso, podemos citar a falha de Santo André, na Califórnia (EUA), responsável pelos terremotos da cidade de São Francisco, que causam grandes deslocamentos no terreno, chegando a encurvar trilhos ferroviários e destruir centenas de casas.

Terremotos que ocorrem sob o mar podem produzir tsunamis, maremotos que determinam a formação de ondas gigantes, que podem atingir de 20 a 30 metros de altura e que se deslocam com a velocidade de 700 km/hora.

Muito embora a sismologia (estudo dos terremotos e da estrutura da Terra) esteja bastante adiantada, o homem ainda não descobriu uma maneira de prever os terremotos catastróficos. Muito interessante é a sensibilidade demonstrada por certos animais algumas horas antes das catástrofes: os pássaros param de cantar.
Causas e conseqüências
Por muito tempo, acreditou-se que o Brasil estivesse a salvo dos terremotos por não estar sobre as bordas das placas tectônicas - o movimento dessas placas estão entre as principais causas dos terremotos.

No entanto, sabe-se que os tremores podem ocorrer inclusive nas regiões denominadas "intraplacas", como é o caso brasileiro, situado no interior da Placa Sul-Americana. Nessas regiões, os tremores são mais suaves, menos intensos e dificilmente atingem 4,5 graus de magnitude.

Os tremores que ocorrem em nosso país decorrem da existência de falhas (pequenas rachaduras) causadas pelo desgaste da placa tectônica ou são reflexos de terremotos com epicentro em outros países da América Latina.

Ou seja, no Brasil os abalos sísmicos têm características diferentes dos terremotos que ocorrem, por exemplo, no Japão e nos Estados Unidos.

Nesses locais, existe o encontro de duas ou mais placas tectônicas - e as falhas existentes entre elas são, normalmente, os locais onde acontecem os terremotos mais intensos.

Embora a sismicidade ou atividade sísmica brasileira seja menos freqüente e bem menos intensa, não deixa de ser significativa e nem deve ser desprezada, pois em nosso país já ocorreram vários tremores com magnitude acima de 5,0 na Escala Richter, indicando que o risco sísmico não pode ser simplesmente ignorado.


Escala Richter
A primeira Escala Richter apontou o grau zero para o menor terremoto passível de medição pelos instrumentos existentes à época. Atualmente, a sofisticação dos equipamentos tornou possível a detecção de tremores ainda menores do que os associados ao grau zero, e tem ocorrido a medição de terremotos de graus negativos.

Teoricamente, a Escala Richter não possui limite. De acordo com o Centro de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos, aconteceram três terremotos com magnitude maior do que nove na Escala Richter desde que a medição começou a ser feita. De acordo com outras fontes, como a Enciclopédia Britânica, tal marca nunca foi alcançada.


Regiões brasileiras e abalos sísmicos
No Brasil, os tremores de terra só começaram a ser detectados com precisão a partir de 1968, quando houve a instalação de uma rede mundial de sismologia. Brasília foi escolhida para sediar o arranjo sismográfico da América do Sul. Há, atualmente, 40 estações sismográficas em todo o país, sendo que o aparelho mais potente é o mantido pela Universidade de Brasília.

Há relatos de abalos sísmicos no Brasil desde o início do século 20. Segundo informações do "Mapa tectônico do Brasil", criado pela Universidade Federal de Minas Gerais, em nosso país existem 48 falhas, nas quais se concentram as ocorrências de terremotos.

Ainda segundo dados levantados a partir da análise de mapas topográficos e geológicos, as regiões que apresentam o maior número de falhas são o Sudeste e o Nordeste, seguidas pelo Norte e Centro-Oeste, e, por último, o Sul.

O Nordeste é a região que mais sofre com abalos sísmicos. O segundo ponto de maior índice de abalos sísmicos no Brasil é o Acre. No entanto, mesmo quem mora em outras regiões não deve se sentir imune a esse fenômeno natural.

Embora grande parte dos sismos brasileiros seja de pequena magnitude (4,5 graus na Escala Richter), a história tem mostrado que, mesmo em "regiões tranqüilas" podem acontecer grandes terremotos. Apesar de não ser alarmante, o nível de sismicidade brasileira precisa ser considerado em determinados projetos de engenharia, como centrais nucleares, grandes barragens e outras construções de grande porte, principalmente nas construções situadas nas áreas de maior risco.


Alguns tremores de terra registrados no Brasil
O maior terremoto que o país já teve ocorreu há mais de 50 anos, na Serra do Tombador, no Mato Grosso: atingiu 6,6 graus na Escala Richter. Mas há outros registros:


Mogi-Guaçu, São Paulo, 1922: 5,1 graus

Tubarão, Santa Catarina, 1939: 5,5 graus

Litoral de Vitória, Espírito Santo, 1955: 6,3 graus

Manaus, Amazonas, 1963: 5,1 graus

Noroeste do Mato Grosso do Sul, 1964: 5,4 graus

Pacajus, Ceará, 1980: 5,2 graus

Codajás, Amazonas, 1983: 5,5 graus

João Câmara, Rio Grande do Norte, 1986: 5,1 graus

João Câmara, Rio Grande do Norte, 1989: 5,0 graus

Plataforma, Rio Grande do Sul, 1990: 5,0 graus

Porto Gaúcho, Mato Grosso, 1998: 5,2 graus

Estado de Pernambuco: entre 2001 e 2005 foram registrados 1,5 mil tremores de terra de baixo impacto

Divisa entre Acre e Amazonas, 2007, 6,1 graus

Itacarambi, Minas Gerais, 09/12/2007: 4,9 graus (é o primeiro tremor da história do Brasil que provocou 1 morte, 5 feridos e varias casas destruídas

Vulcão:

Vulcão é uma estrutura geológica criada quando o magma, gases e partículas quentes (como cinzas) escapam para a superfície terrestre. Eles ejectam altas quantidades de poeira, gases e aerossóis na atmosfera, podendo causar resfriamento climático temporário. São frequentemente considerados causadores de poluição natural. Tipicamente, os vulcões apresentam formato cónico e montanhoso.

A erupção de um vulcão pode resultar num grave desastre natural, por vezes de consequências planetárias. Assim como outros desastres dessa natureza, as erupções são imprevisíveis e causam danos indiscriminados. Entre outras coisas, tendem a desvalorizar os imóveis localizados em suas vizinhanças, prejudicar o turismo e consumir a renda pública e privada em reconstruções. Na Terra, os vulcões tendem formar-se junto das margens das placas tectónicas. No entanto, existem excepções quando os vulcões ocorrem em zonas chamadas de hot spots (pontos quentes). Por outro lado, os arredores de vulcões, formados de lava arrefecida, tendem a ser compostos de solos bastante férteis para a agricultura.

A palavra "vulcão" deriva do nome do deus do fogo na mitologia romana Vulcano. A ciência que estuda os vulcões designa-se por vulcanologia.

Tipos de vulcão
Uma das formas de classificação dos vulcões é através do tipo de material que é eruptido, o que afecta a forma do vulcão. Se o magma eruptido contém uma elevada percentagem em sílica (superior a 65%) a lava é chamada de félsica ou "ácida" e tem a tendência de ser muito viscosa (pouco fluida) e por isso solidifica rapidamente. Os vulcões com este tipo de lava têm tendência a explodir devido ao facto da lava facilmente obstruir a chaminé vulcânica. O Monte Pelée na Martinica é um exemplo de um vulcão deste tipo.

Se, por outro lado, o magma é relativamente pobre em sílica (conteúdo inferior a 52%) é chamado de máfico ou "básico" e causa erupções de lavas muito fluidas capazes de escorrer por longas distâncias. Um bom exemplo de uma escoada lávica máfica é a do Grande Þjórsárhraun (Thjórsárhraun) originada por uma fissura eruptiva quase no centro geográfico da Islândia há cerca de 8000 anos. Esta escoada percorreu cerca de 130 quilómetros até ao mar e cobriu uma área com 800 km².


Monte Erebus, um exemplo de vulcão-escudo.
Vulcão Mayon, exemplo de um estratovulcão.Vulcão-escudo: o Havaí e a Islândia são exemplos de locais onde são encontrados vulcões que expelem enormes quantidades de lava que gradualmente constroem uma montanha larga com o perfil de um escudo. As escoadas lávicas destes vulcões são geralmente muito quentes e fluidas, o que contribui para ocorrerem escoadas longas. O maior vulcão deste tipo na Terra é o Mauna Loa, no Havaí, com 9000 m de altura (assenta no fundo do mar) e 120 km de diâmetro. O Monte Olimpus em Marte é um vulcão-escudo e também a maior montanha do sistema solar.
Cones de escórias: é o tipo mais simples e mais comum de vulcões. Esses vulcões são relativamente pequenos, com alturas geralmente menores que 300 metros de altura. Formam-se pela erupção de magmas de baixa viscosidade, com composições basálticas ou intermediárias.
Estratovulcões: também designados de "compostos", são grandes edifícios vulcânicos com longa atividade, forma geral cônica, normalmente com uma pequena cratera no cume e flancos íngremes, construídos pela intercalação de fluxos de lava e produtos piroclásticos, emitidos por uma ou mais condutas, e que podem ser pontuados ao longo do tempo por episódios de colapsos parciais do cone, reconstrução e mudanças da localização das condutas. Alguns dos exemplos de vulcões deste tipo são o Teide na Espanha, o Monte Fuji no Japão, o Cotopaxi no Equador, o Vulcão Mayon nas Filipinas e o Monte Rainier nos EUA. Por outro lado, esses edifícios vulcânicos são os mais mortíferos da Terra, envolvendo a perda da vida de aproximadamente 264000 pessoas desde o ano de 1500.
Caldeiras ressurgentes: são as maiores estruturas vulcânicas da Terra, possuindo diâmetros que variam entre 15 e 100 km². À parte de seu grande tamanho, caldeiras ressurgentes são amplas depressões topográficas com uma massa elevada central. Exemplos dessas estruturas são a Valles (EUA), Yellowstone (EUA) e Cerro Galan (Argentina).
Vulcões submarinos: são aqueles que estão abaixo da água. São bastante comuns em certos fundos oceânicos, principalmente na dorsal meso-atlântica. São responsáveis pela formação de novo fundo oceânico em diversas zonas do globo. Um exemplo deste tipo de vulcão é o vulcão da Serreta no Arquipélago dos Açores.
Vulcanologia

Secção transversal através de um Estratovulcão (escala vertical é exagerada):
1. Câmara magmática
2. Rocha
3. Chaminé
4. Base
5. Depósito de lava
6. Fissura
7. Camadas de cinzas emitidas pelo vulcão
8. Cone 9. Camadas de lava emitidas pelo vulcão
10. Garganta
11. Cone parasita
12. Fluxo de lava
13. Ventilação
14. Cratera
15. Nuvem de cinza
Génese dos vulcões
Os movimentos e a dinâmica do magma, tal como a maior parte do interior da Terra, ainda são pouco conhecidos. No entanto é sabido que uma erupção é precedida de movimentos de magma do interior da Terra até à camada externa sólida (crosta terrestre) ocupando uma câmara magmática debaixo de um vulcão. Eventualmente o magma armazenado na câmara magmática é forçado a subir e é extruído e escorre pela superfície do planeta como lava, ou o magma pode aquecer água nas zonas próximas causando descargas explosivas de vapor; pode acontecer também que os gases que se libertam do magma projectem rochas, piroclastos, obsidianas e/ou cinzas vulcânicas. Apesar de serem sempre forças muito poderosas, as erupções podem variar de efusivas a extremamente explosivas.

A maioria dos vulcões terrestres tem origem nos limites destrutivos das placas tectónicas, onde a crosta oceânica é forçada a mergulhar por baixo da crosta continental, dado que esta é menos densa do que a oceânica. A fricção e o calor causados pelas placas em movimento leva ao afundamento da crosta oceânica, e devido à baixa densidade do magma resultante este sobe. À medida que o magma sobe através de zonas de fractura na crosta terrestre, pode eventualmente ser expelido em um ou mais vulcões. Um exemplo deste tipo de vulcão é o Monte Santa Helena nos EUA, que se encontra na zona interior da margem entre a placa Juan de Fuca que é oceânica e a placa Norte-americana.

Ambientes tectónicos
Os vulcões encontram-se principalmente em três tipos principais de ambientes tectónicos:

Limites construtivos das placas tectónicas
Este é o tipo mais comum de vulcões na Terra, mas são também os observados menos frequentemente dado que a sua actividade ocorre maioritariamente abaixo da superfície dos oceanos. Ao longo do sistema de riftes oceânicos ocorrem erupções espaçadas irregularmente. A grande maioria deste tipo de vulcões é apenas conhecida devido aos sismos associados às suas erupções, ou ocasionalmente, se navios que passam nos locais onde existem, registam elevadas temperaturas ou precipitados químicos na água do mar. Em alguns locais a actividade dos riftes oceânicos levou a que os vulcões atingissem a superfície oceânica: a Ilha de Santa Helena e a Ilha de Tristão da Cunha no Oceano Atlântico e as Galápagos no Oceano Pacífico, permitindo que estes vulcões sejam estudados em pormenor. A Islândia também se encontra num rifte, mas possui características diferentes das de um simples vulcão.

Os magmas expelidos neste tipo de vulcões são chamados de MORB (do inglês Mid-Ocean Ridge Basalt que significa: "basalto de rifte oceânico") e são geralmente de natureza basáltica.

Limites destrutivos das placas tectónicas

Diagrama de limite destrutivo causando terremotos e uma erupção vulcânica.Estes são os tipos de vulcões mais visíveis e bem estudados. Formam-se acima das zonas de subducção onde as placas oceânicas mergulham debaixo das placas terrestres. Os seus magmas são tipicamente "calco-alcalinos" devido a serem originários das zonas pouco profundas das placas oceânicas e em contacto com sedimentos. A composição destes magmas é muito mais variada do que a dos magmas dos limites construtivos.

Hot spots ou pontos quentes
Os vulcões de hot spots eram originalmente vulcões que não poderiam ser incluídos nas categorias acima referidas. Nos dias de hoje os hot spots referem-se a uma situação bastante mais específica - uma pluma isolada de material quente do manto que intercepta a zona inferior da crosta terrestre (oceânica ou continental), conduzindo à formação de um centro vulcânico que não se encontra ligado a um limite de placa. O exemplo clássico é a cadeia havaiana de vulcões e montes submarinos; o Yellowstone é também tido como outro exemplo, sendo a intercepção neste caso com uma placa continental.

A Islândia e os Açores são por vezes citados como outros exemplos, mas bastante mais complexos devido à coincidência do rift médio Atlântico com um hot spot. Não há consenso acerca do conceito de "hotspot", uma vez que os vulcanólogos não são consensuais acerca da origem das plumas "quentes do manto": se têm origem no manto superior ou no manto inferior. Estudos recentes levam a crer que vários subtipos de hot spots irão ser identificados.

Previsão de erupções

Erupção do vulcão Stromboli, na costa da Sicília, Itália.A ciência ainda não é capaz de prever com certeza absoluta quando um vulcão irá entrar em erupção, mas grandes progressos têm sido feitos no cálculo das probabilidades de tal evento ter lugar ou não num espaço de tempo relativamente curto. Os seguintes factores são analisados de forma a ser possível prever uma erupção:

Sismicidade
Microssismos e sismos de baixa magnitude ocorrem sempre que um vulcão "acorda" e a sua entrada em erupção se aproxima no tempo. Alguns vulcões possuem normalmente actividade sísmica de baixo nível, mas um aumento significativo desta mesma actividade poderá preceder uma erupção. Outro sinal importante é o tipo de sismos que ocorrem. A sismicidade vulcânica divide-se em três grandes tipos: tremores de curta duração, tremores de longa duração e tremores harmónicos.

Os tremores de curta duração são semelhantes aos sismos tectónicos. São resultantes da fracturação da rocha aquando de movimentos ascendentes do magma. Este tipo de sismicidade revela um aumento significativo da dimensão do corpo magmático próximo da superfície.
Crê-se que os tremores de longa duração indicam um aumento da pressão de gás na estrutura do vulcão. Podem ser comparados ao ruído e vibração que por vezes ocorre na canalização em casas. Estas oscilações são o equivalente às vibrações acústicas que ocorrem no contexto de uma câmara magmática de um vulcão.
Os tremores harmónicos ocorrem devido ao movimento de magma abaixo da superfície. A libertação contínua de energia deste tipo de sismicidade contrasta com a libertação contínua de energia que ocorre num sismo associado ao movimento de falhas tectónicas.
Os padrões de sismicidade são geralmente complexos e de difícil interpretação. No entanto, um aumento da actividade sísmica num aparelho vulcânico é preocupante, especialmente se sismos de longa duração se tornam muito frequentes e se tremores harmónicos ocorrem.

Emissões gasosas
À medida que o magma se aproxima da superfície a sua pressão diminui, e os gases que fazem parte da sua composição libertam-se gradualmente. Este processo pode ser comparado ao abrir de uma lata de um refrigerante com gás, quando o dióxido de carbono se escapa. O dióxido de enxofre é um dos principais componente dos gases vulcânicos, e o seu aumento precede a chegada de magma próximo da superfície. Por exemplo, a 13 de Maio de 1991, 500 toneladas de dióxido de enxofre foram libertadas no Monte Pinatubo nas Filipinas. As emissões de dióxido de enxofre chegaram num curto espaço de tempo às 5 000 toneladas. O Monte Pinatubo entrou em erupção a 12 de Junho de 1991.

Deformação do terreno
A deformação do terreno na área do vulcão significa que o magma encontra-se acumulado próximo da superfície. Os cientistas monitorizam os vulcões activos e medem frequentemente a deformação do terreno que ocorre no vulcão, tomando especial cuidado com a deformação acompanhada de emissões de dióxido de enxofre e tremores harmónicos, sinais que tornam bastante provável um evento eminente.

Comportamento dos vulcões

Indonésia-Lombok: Erupção do Monte Rinjani registrada em 1994.Erupções freáticas (vapor).
Erupções explosivas de lava rica em sílica (e.g. riolito).
Erupções efusivas de lava pobre em sílica (e.g. Basalto).
Escoadas piroclásticas.
Lahars.
Emissões de dióxido de carbono.
Todas estas actividades podem ser um perigo potencial para o Homem. Para além disso a actividade vulcânica é muitas vezes acompanhada por sismos, águas termais, fumarolas e gêisers, entre outros fenómenos. As erupções vulcânicas são frequentemente precedidas por sismos de magnitude pouco elevada.

Activos, dormentes ou extintos?
Não existe um consenso entre os vulcanologistas para definir o que é um vulcão "activo". O tempo de vida de um vulcão pode ir de alguns meses até alguns milhões de anos. Por exemplo, em vários vulcões na Terra ocorreram várias erupções nos últimos milhares de anos mas actualmente não dão sinais de actividade.


Shiprock, erosão remanescente da garganta de um vulcão extinto.Alguns cientistas consideram um vulcão activo quando está em erupção ou mostra sinais de instabilidade, nomeadamente a ocorrência pouco usual de pequenos sismos ou novas emissões gasosas significativas. Outros consideram um vulcão activo aquele que teve erupções históricas. É de salientar que o tempo histórico varia de região para região. Enquanto que no Mediterrâneo este pode ir até 3000 anos atrás, no Pacífico Noroeste dos Estados Unidos vai apenas até 300 anos atrás.

Vulcões dormentes são considerados aqueles que não se encontram actualmente em actividade (como foi definido acima) mas que poderão mostrar sinais de perturbação e entrar de novo em erupção.

Os vulcões extintos são aqueles que os vulcanólogos consideram pouco provável que entrem em erupção de novo, mas não é fácil afirmar com certeza que um vulcão está realmente extinto. As caldeiras têm tempo de vida que pode chegar aos milhões de anos, logo é difícil determinar se um irá voltar ou não a entrar em erupção, pois estas podem estar dormentes por vários milhares de anos.

Por exemplo a caldeira de Yellowstone, nos Estados Unidos, tem pelo menos 2 milhões de anos e não entrou em erupção nos últimos 640.000 anos, apesar de ter havido alguma actividade há cerca de 70.000 anos. Por esta razão os cientistas não consideram a caldeira de Yellowstone um vulcão extinto. Pelo contrário, esta caldeira é considerada um vulcão bastante activo devido à actividade sísmica, geotermia e à elevada velocidade do levantamento do solo na zona.

Usinas hidreletricas:


Energia hidrelétrica
Uma das principais fontes de energia elétrica, ou eletrecidade, são as usinas hidrelétricas, que aproveitam os desníveis existentes nos rios.
No Brasil, 93 usinas produzem 91% da energia elétrica consumida no país. Não é pra menos, pois o Brasil é o mais rico do mundo em rios, concentrando 8% da água doce da superfície terrestre.
nas usinas hidrelétricas, a água cai de reservatórios e move enormes pás que fazem funcionar as turbinas. Vem daí a energia elétrica que abastece nossas casas.
O que é uma usina hidrelétrica, e como funciona
Uma usina hidrelétrica pode ser definida como um conjunto de obras e equipamentos cuja finalidade é a geração de energia elétrica, através de aproveitamento do potencial hidráulico existente num rio. O potencial hidráulico é proporcionado pela vazão hidráulica e pela concentração dos desníveis existentes ao longo do curso de um rio. Isto pode ser dar de uma forma natural, quando o desnível está concentrado numa cachoeira, através de uma barragem, quando pequenos desníveis são concentrados na altura da barragem, ou através de desvio do rio de seu leito natural, concentrando-se os pequenos desníveis nesse desvios. Basicamente, uma usina hidrelétrica compõe-se das seguintes partes: barragem, sistemas de captação e adução de água, casa de força e sistema de restituição de água ao letio natrual do rio. Cada parte se constitui em um conjunto de obras e instalações projetadas harmoniosamente para operar eficientemente em conjunto: Como Funciona A água captada no lago formado pela barragem é conduzida até a casa de força através de canais, túneis e/ou condutos metálicos. Após passar pela turbina hidráulica, na casa de força, a água é restituida ao leito natural do rio, através do canal de fuga.
Dessa forma, a potência hidráulica é transformada em potência mecânica quando a água passa pela turbina, fazendo com que esta gire, e, no gerador, que tambem gira acoplado mecanicamente à turbina, a potência mecânica é transformada em potência elétrica.
A energia assim gerada é levada através de cabos ou barras condutoras, dos terminais do gerador até o transformador elevador, onde tem sua tensão (voltagem) elevada para adequada condução, através de linhas de transmissão, até os centros de consumo. Daí, através de transformadores abaixadores, a energia tem sua tensão levada a níveis adequados para utilização pelos consumidores.


A hidreletricidade no Brasil
O marco da energia elétrica no Brasil aconteceu em 1889, com a inaguração da usina hidrelétrica denominada Marmelos, no Rio Paraibuna, Município de Juiz de Fora, MG. Até a primeira década deste século a iluminação atendia aos serviços públicos e a algumas atividades econômicas importantes daquela época, como a tecelagem.
A partir de 1920 o Brasil foi tendo o seu número de usinas hidrelétricas instaladas aumentado, num crescimento constante. As usinas construídas pelos grupos estrangeiros passaram a contar com uma capacidade bem maior, em comparação àquelas da virada do século. Neste período a hidreletricidade já predominava na região sudeste.
A partir de 1960, iniciaram-se as negociações sobre aquela que seria a maior usina em operação do mundo: Itaipu Binacional. Em 1978 foi a aberto o canal de desvio do Rio Paraná, que permitiu secar o leito original para a construção no local da barragem principal, em concreto.
Esta usina hidrelétrica é um empreendimento binacional desenvolvido pelo Brasil e pelo Paraguai no Rio Paraná, tendo uma potência instalada de 12.600 MW (megawatts), com 18 unidades geradoras de 700 MW cada. A décima oitava e última unidade geradora entrou em fase de produção comercial de energia, em abril de 1991.

Vantagens
A maior vantagem das usinas hidrelétrica é a transformação limpa do recurso energético natural. Não há resíduos poluentes e há baixo custo da geração de energia, já que o principal insumo energético, a água do rio, está inserida à usina.
Além da geração de energia elétrica, o aproveitamento hidrelétrico proporciona outros usos tais como irrigação, navegação e amortecimentos de cheias.
Hidrelétricas :: Crise com fartura

Brasil tem alternativas; só precisa aproveitá-las plenamente


Nenhum país do mundo se compara ao Brasil em termos de limpeza e segurança das fontes energéticas que utiliza. O país deve esse privilégio ao aproveitamento dos rios capazes de gerar praticamente toda a eletricidade de que precisa. Nos últimos anos, porém, faltou investimento para a energia e os resultados foram apagões, tarifaços e grave crise econômica.

Aparentemente, não há risco de entrarmos pelo atalho buscado pelo governo americano, que tenta ressuscitar a energia atômica. Mesmo porque os reatores que temos, nas usinas de Angra 1 e Angra 2, nunca funcionaram bem. Juntos, Angra 1 e 2 produzem apenas 2 mil megawatts, o equivalente a uma pequena hidrelétrica.





A opção, aqui, tem sido descartar as hidrelétricas em favor das termoelétricas a gás natural – que não polui tanto quanto o petróleo, mas também emporcalha o ambiente com resíduos indesejáveis, especialmente resíduos que intensificam o efeito estufa. O número de termoelétricas cresceu ao longo da década de 90 e a energia gerada por elas (em relação à eletricidade total produzida no país) passou de praticamente zero, em 1990, para cerca de 10%, atualmente. Os 90% restantes ainda são supridos pelos rios, mas a tendência é perderem terreno para o gás natural.

Há dois motivos básicos para essa mudança. O primeiro foi a excessiva concentração das indústrias no Sudeste, o que levou, historicamente, a uma superexploração das bacias hídricas da região. Já não há tanta água corrente disponível para girar as turbinas. O segundo motivo, mais grave, é que o governo preferiu resolver esse problema da maneira mais simples: cortou os investimentos nas hidrelétricas e, para compensar, apostou na construção de termoelétricas por parte da iniciativa privada.


Dinossauro
Hidrelétricas gigantes, como Itaipu, tiveram seu tempo, mas a evolução energética pede usinas pequenas, menos prejudiciais aos ecossistemas

Água de sobras
Essa solução está longe de ser a ideal. Ela pode ser conveniente para o governo. Foi assim, por exemplo, que o gás natural se expandiu nos Estados Unidos, onde o objetivo era reduzir o número de termoelétricas tocadas a carvão e derivados de petróleo. A troca foi feita por meio de privatizações, tal como se pretende fazer no Brasil. Mas nem lá esse modelo funcionou direito – as empresas não compensaram os investimentos que o governo deixou de fazer e o resultado é a carência de energia que os americanos enfrentam agora. No Brasil, a troca faz menos sentido ainda.

Antes de mais nada, porque ainda há muita água para girar turbinas por aqui. As estimativas indicam que a produção de eletricidade hídrica pode aumentar em pelo menos 50% – passando de 300 milhões de megawatts-hora para próximo de 500 milhões de megawatts-hora. Seria o equivalente a elevar o número atual de barragens, de cerca de 600 para 900. Mas o mais inteligente não é insistir em usinas gigantes, estilo Itaipu, Xingó e outras obras, como tem sido o modelo preferencial no Brasil, até hoje. As represas muito grandes inundam vastos ecossistemas e provocam desequilíbrios ecológicos irremediáveis. A melhor solução seria construir hidrelétricas menores, mas em quantidade, espalhadas por todo o país. Existe tecnologia, atualmente, para se explorar o potencial de rios relativamente pequenos para suprir a demanda das áreas vizinhas. O impacto ambiental seria muito menos agressivo e o investimento na construção das centrais, menos salgado para o bolso dos investidores, sejam empresas ou o próprio governo.

Além disso, o Brasil tem condições ótimas para a produção de energia a partir de fontes alternativas como o vento, as marés e o sol. Essas opções poderiam ser utilizadas de forma mais conveniente, compondo um mosaico de fontes novas, limpas e seguras de energia. A força do ar no litoral brasileiro, por exemplo, seria suficiente para tocar 1.600 usinas eólicas, afirma um estudo recente do Ministério da Ciência e Tecnologia. Cada turbina dessas geraria 600 quilowatts-hora por ano. Não é muito – seria preciso multiplicar essa produção por 1.000 para torná-la significativa. O mesmo vale para as energias solar, das marés e até da biomassa – por exemplo, o aproveitamento de álcool de plantas, como a cana ou a mandioca, ou de óleos vegetais, como o dendê. Há diversos protótipos em testes. Entre eles, fez sucesso uma perua tocada a óleo de cozinha usado, criado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, exibida em 2001.

Essas alternativas ainda não são viáveis: precisam ainda de muita pesquisa, o que exige recursos e vontade de mudar. No momento, essa é a nossa maior carência. Recursos temos de sobra.

Comparação das fontes de energia

Hidrelétrica
Vantagens: É barata e relativamente farta no Brasil
Desvantagens: A construção da usina tem alto impacto ambiental

Gás Natural
Vantagens: Não contribui tanto para o aquecimento da Terra comparado ao petróleo
Desvantagens: Usina e preço da energia são ainda mais caras que a hidrelétrica

Nuclear
Vantagens: Baixíssimo impacto ambiental (se não houver acidente)
Desvantagens: É a energia mais cara de todas; traz risco de acidentes graves e de efeitos prolongados

Eólica
Vantagens: Não causa impacto no ambiente; custo ligeiramente maior que o da hidrelétrica
Desvantagens: Só pode ser instalada onde há vento forte e constante

Solar
Vantagens: Inofensiva ao ambiente e inesgotável
Desvantagens: É ainda mais cara que a eólica e exige insolação intensa

Guiana:

A Guiana é um país localizado no norte da América do Sul, entre a Venezuela, o Brasil, o Suriname e o oceano Atlântico. A zona mais habitada é a faixa litorânea constituída por um terreno plano, pantanoso e, em grande parte, posicionado abaixo do nível do mar, para evitar inundações, foi construído um complexo sistema de diques e canais. O interior do país é ocupado pela densa floresta amazônica
Economia
Ver artigo principal: Economia da Guiana
A economia: da Guiana ainda é muito dependente do setor primário, que responde, sozinho, por mais de 30% do PIB do país. As principais atividades são a mineração, a exploração madeireira, a agricultura, a criação de gado e, em menor escala, a pesca. O item agrícola de maior importância é a cana-de-açúcar, seguida de arroz, mandioca e frutas. Na mineração, o destaque é a bauxita. A indústria ainda é bastante precária. De maneira geral, a Guiana encontra-se tecnologicamente atrasada em todos os setores de sua economia e depende de capital estrangeiro para se desenvolver.

Com a construção da ponte sobre o Rio Tacutu, inaugurada em 14 de Setembro de 2009, ligando o sul da Guiana (Lethem) ao norte do Brasil (Roraima) , a economia guianense pode se fortalecer, devido à grande quantidade de produtos do norte brasileiro que poderiam, utilizando-se do porto de Georgetown, ser exportados para além-mar.
Geografia
Ver artigo principal: Geografia da Guiana
O território da Guiana é formado por uma faixa costeira pantanosa, por um planalto central no interior e por uma região montanhosa situada na fronteira com a Venezuela e com o Brasil. A oeste situa-se o principal sistema montanhoso - a serra da Pacaraima -, que culmina no monte Roraima. No sul, com altitudes menores, ergue-se a serra Acarai, chamada pelos indígenas de Guayanas, que significa "terra de águas". De fato, vários rios cortam o território guianense, os principais sendo o Essequibo, o Demerara, o Berbice e o Corentyne, na fronteira com o Suriname. Muitos se prestam à navegação de embarcações de grande calado.

O clima é semelhante ao equatorial: a temperatura média é alta, as variações térmicas são pequenas e as chuvas abundantes, em particular na costa. Além da flora da selva, existem manguezais no litoral e pastagens de savana nas zonas de maior altitude. A situação da população, majoritariamente formada de índios, negros e mestiços, reflete-se em índices de bem-estar social muito baixo.

Cultura:
Ver artigo principal: Cultura da Guiana
Muitos indo-guianenses seguem o hinduísmo e o islamismo. Por isto, é comum encontrar templos hindus e mesquitas muçulmanas. Os guianenses que seguem estas religiões cultivam os hábitos dos demais hindus e muçulmanos do mundo. Alguns afro-guianenses, devido a influência jamaicana no mundo no que se trata do estilo rastafari, usam cabelos dreadlocks e gostam de ouvir música reggae. First Born é uma banda de sucesso no país atualmente. Falando em reggae, muitos já ouviram falar em Eddy Grant, cantor conhecido mundialmente pelas canções, I don't wanna dance e gimme hope, Joanna, gimme hope, além de muitas outras, nasceu na Guiana. Trinidad e Tobago exerce influência no país através do calipso. O carnaval guianense é repleto de concursos de cantores de calipso e seu mais novo estilo, soca. Os afro-guianenses, em sua maioria, são praticantes do cristianismo, sendo membros de várias denominações, desde a católica até a protestante.

Diferente da América do Sul que gosta do futebol, a maioria dos guianenses prefere o críquete, esporte muito popular no Caribe. A Guiana e os demais países de língua inglesa caribenhos formam uma das mais importantes seleções de críquete, o West Indies.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

->Próximas notícias:
.Guiana(caracteristicas)
.Quais causas terremotos e enchentes?
.usinas hidreletricas(vantagems e desvangens )na construção?
-energia renovaveis?
-tecnologia?

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009


Denomina-se Independência do Brasil o processo que culminou com a emancipação política desse país do reino de Portugal, no início do século XIX. Oficialmente, a data comemorada é a de 7 de setembro de 1822, quando ocorreu o episódio do chamado "Grito do Ipiranga". De acordo com a história oficial, nesta data, às margens do riacho Ipiranga (atual cidade de São Paulo), o Príncipe Regente D. Pedro bradou perante a sua comitiva: Independência ou Morte!. Determinados aspectos dessa versão, no entanto, são contestados por alguns historiadores.

A moderna historiografia em História do Brasil remete o início do processo de independência à Transferência da corte portuguesa para o Brasil (1808-1821), no contexto da Guerra Peninsular, a partir de 1808.

Dia do fico(:Curiosidades

O Dia do Fico deu-se em 9 de janeiro de 1822 quando o então príncipe regente D. Pedro de Alcântara foi contra as ordens das Cortes Portuguesas que exigiam sua volta a Lisboa, ficando no Brasil.

Por volta de 1821, quando as Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa mostraram a idéia de transformar o Brasil de novo numa colônia, os liberais radicais se uniram ao Partido Brasileiro tentando manter a autoridade do Brasil. As Cortes mandaram uma nova decisão enviada para o príncipe regente D. Pedro de Alcântara. Uma das exigências era seu retorno imediato a Portugal.

Os liberais radicais, em resposta, organizaram uma movimentação para reunir assinaturas a favor da permanência do príncipe. Assim, eles pressionariam D. Pedro a ficar, juntando 8 mil assinaturas. Foi então que, contrariando as ordens emanadas por Portugal para seu retorno à Europa, declarou para o público: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico".

A partir daí, D. Pedro entrou em conflito direto com os interesses portugueses, para romper o vínculo que existia entre Portugal e o Brasil.

Este episódio prenunciou a declaração de independência do Brasil que viria a ser proclamada em 7 de setembro de 1822.

Alimentos ao Consumidor

1 - Observar as condições de limpeza das instalações e equipamentos (paredes, piso, cantos) e dos equipamentos (geladeiras, freezers, máquina de moer, balanças, etc.), todo o estabelecimento deve estar limpo e organizado, apresentando equipamentos em bom estado de conservação e estar livre de moscas, baratas, ratos ou vestígios dos mesmos.

2 - Os equipamentos de conservação de alimentos perecíveis (geladeiras, freezers) devem portar termômetro em perfeito funcionamento e visíveis para checagem das temperaturas (0ºC a 10ºC para produtos resfriados e - 18ºC para os alimentos congelados) e não devem estar superlotados.

3 - Os alimentos devem ser expostos à venda acondicionados em recipientes adequados, no caso dos produtos à granel e, devidamente protegidos de umidade, calor e outros produtos (por exemplo: proximidade com produtos de limpeza) que possam comprometer a sua qualidade.

4 - As embalagens devem apresentar informações sobre o produto: data de fabricação e validade; nome e endereço do produtor; registro do produto, quando não necessário; suas características e composição; instruções sobre conservação do alimento, etc.

5 - Todo o alimento deve ser exposto e armazenado nas condições sugeridas pelo fabricante, descritas no rótulo.

6 - Não devem ser adquiridos produtos com embalagens sujas, com vazamentos, enferrujadas, amassadas ou estufadas.

7 - Os funcionários devem se apresentar adequadamente uniformizados, limpos e asseados. Cabelos presos, barba e unhas cortadas.

8 - Só devem ser adquiridos alimentos que apresentem cor, odor, textura e consistência características de sua qualidade.

9 - Sempre observar a data de validade do alimento.

10 - Nunca comprar alimento sem ou com procedência duvidosa. Os produtos clandestinos podem causar grandes danos à saúde.

11 - Os alimentos prontos, que são consumidos quentes, por exemplo: salgados, produtos de rotisserie, devem ser armazenados e expostos em temperaturas superiores a 65º C e bem protegidos do contato com sujidades.

12 - As embalagens (caixas de papelão) dos produtos congelados devem estar firmes, secas e sem presenças de gelo por cima.

13 - Os alimentos perecíveis, resfriados e congelados, devem ser comprados por último, rapidamente levados para casa e colocados em temperaturas adequadas a sua conservação.

14 - Não se deve armazenar alimentos preparados em contato com alimentos crus.

15 - Os alimentos devem ser armazenados em recipientes com tampas herméticas ou sacos plásticos transparentes, adequados ao seu acondicionamento.

16 - Se um alimento preparado não for consumido de imediato, deve ser resfriado rapidamente e conservado em temperaturas adequadas.

17 - Utilizar-se do direito de visitar as cozinhas de lanchonetes e restaurantes, garantido pela legislação.

18 - Para reclamar sobre estabelecimentos com comércio de alimentos no varejo ou, em caso de dúvida sobre a comercialização e/ou consumo de alimentos, utilize os serviços de atendimento ao consumidor da SEMAB através dos telefones 229-2050 (DISK SUJINHO) e 6905-2724(DIMA).
Conservação dos Alimentos

As estações mais quentes do ano estão se aproximando e, com elas, o perigo das contaminações tóxico-alimentares. Essas contaminações provêm de alimentos estragados geralmente por deficiência na conservação, quer seja por temperatura inadequada ou por excesso de tempo na prateleira.

As contaminações alimentares ocorrem devido à presença de microorganismos que se proliferam em quantidades que se tornam prejudiciais à saúde do homem. Esses microorganismos estão em toda parte: no nosso corpo (mãos, nariz, boca, etc.), no ar, nos utensílios de cozinha (talheres, pratos e vasilhas), nos equipamentos como liquidificador, batedeira, etc. e, inclusive, no ambiente. Eles se tornam perigosos (patogênicos) quando sua quantidade é muito superior à tolerável por nosso organismo. Aliás, o ambiente de uma cozinha é muito propício à proliferação desses microorganismos, pois, geralmente, é úmido e quente (devido ao fogão e ao forno).
As tóxico-infecções alimentares acometem, principalmente, as crianças. Por isso, os cuidados devem ser redobrados nas estações mais quentes. Seus sintomas mais comuns são vômito, diarréia, dor de estômago, náusea, febre e câimbras.

As causas que fazem com que um alimento se torne impróprio para o consumo, geralmente são:

temperatura de conservação inadequada;
falta de higiene em seu preparo e/ou conservação;
sujeira no ambiente de preparo;
utilização de alimentos de origem duvidosa, principalmente os perecíveis.

Os alimentos que proporcionam mais condições para a proliferação de microorganismos nocivos são os chamados perecíveis, como as carnes (bovinas, suínas, aves, peixes e frutos do mar), leite e derivados (iogurte, queijos e requeijão) e os ovos.

Agora, observe os cuidados básicos que devemos ter com os alimentos nas diversas etapas de sua utilização.

Na aquisição: ao comprar alimentos, sempre observe a procedência e o prazo de validade. Não adquira latas amassadas, estufadas, enferrujadas ou violadas. Ao escolher congelados, repare se estão realmente congelados.

No armazenamento: quando chegar das compras, guarde imediatamente os produtos. Inicie pelos congelados e os que necessitam de refrigeração, como carnes e lácteos. Evite deixar os alimentos crus e cozidos entrarem em contato um com outro, principalmente na geladeira: isso se chama contaminação cruzada. Sempre que manusear qualquer alimento cru, lave as mãos para manusear o próximo. Guarde as verduras na parte de baixo da geladeira ou nas gavetas apropriadas. Os enlatados e embalados em sacos plásticos devem ser colocados atrás dos que já estão armazenados para que se use, primeiro, o alimento mais antigo devido à data de validade. Nunca utilize alimentos vencidos mesmo que aparentemente eles pareçam bons para o consumo.

Na preparação: não deixe os alimentos crus — como carnes, frutas e verduras — entrarem em contato com os alimentos que já estão cozidos. Sempre que for mudar de preparação, lave as mãos e os utensílios. Por exemplo: se você está cortando bifes e, em seguida, vai cortar folhas para uma salada, não use o mesmo utensílio (faca ou tábua) sem lavá-lo antes e sem lavar as mãos também.

No cozimento: o processo de cozimento ajuda a eliminar alguns microorganismos patogênicos. Assegure-se de que os alimentos estão bem cozidos no meio da peça, como carnes assadas ou cozidas. Evite iniciar o cozimento para terminá-lo mais tarde. Tenha os mesmos cuidados ao cozinhar no forno de microondas.

Na hora de servi-los: os alimentos devem ser servidos assim que forem preparados. Não espere muito tempo para consumi-los. Se for necessário, guarde-os na geladeira e, depois, esquente-os.

As sobras: se for utilizar as sobras, tenha o cuidado de acondicioná-las adequadamente em vasilhas com tampa e na geladeira. Quando for aquecê-las, procure deixar que fervam ou esquente-as muito bem para matar qualquer microorganismo que, por ventura, tenha contaminado o alimento. Não deixe as sobras por muito tempo na geladeira (no máximo, 2 dias!).

Dando continuidade às recomendações sobre conservação dos alimentos, este material apresenta os cuidados que devemos ter com os alimentos nas estações mais quentes do ano.

Como escolher os alimentos

Devemos sempre olhar a aparência do produto. Cada alimento possui características próprias. No verão, os alimentos estragam com mais facilidade. Para evitar isso, é necessário escolhê-los e conservá-los corretamente.

Produtos industrializados

observe sempre o prazo de validade. A embalagem não pode estar violada, estufada, amassada, rasgada ou enferrujada. Se for alimento de origem animal, ele deve ter sempre o selo de garantia do Serviço de Inspeção Federal — SIF — do Ministério da Agricultura. Se o alimento estiver à mostra, como legumes pré-processados, analise sua cor e consistência.

Produtos in natura


Carnes: as carnes bovina e suína devem apresentar cor avermelhada (nunca acinzentada ou esverdeada), cheiro agradável e também o carimbo do SIF. Se a carne for vendida em peças grandes ou se já estiver moída ou processada (em cortes específicos), a origem deve estar registrada na embalagem do produto, assim como a data em que produto foi embalado e seu prazo de validade. Prefira que o estabelecimento moa a carne na sua frente.

Aves: deve ser adquirida quando a pele tiver uma cor que varia do branco ao amarelo, superfície brilhante e sua carne firme. Veja também o SIF e a validade.

Ovos: verifique se não há rachaduras na casca. Se houver, não compre, pois as bactérias entram nos ovos também por meio delas. Se, após quebrá-los, você detectar que a gema e a clara grudaram na casca ou sentir um cheiro muito forte, não consuma esses ovos. Para saber se eles estão velhos, coloque-os em um copo com água — se flutuarem, estão velhos; se ficarem no fundo do copo, estão bons para consumo. Somente lave os ovos na hora de utilizá-los e na quantidade exata. Na dúvida, não lave a mais, pois isso eliminaria a película que recobre a casca e, dessa forma, destruiria a barreira natural contra a invasão de bactérias.

Frutos do mar: os peixes precisam ter olhos brilhantes, cheiro suave, carne e escamas firmes e guelra avermelhada. O camarão precisa estar com a cabeça presa ao corpo, casca firme e cheiro agradável.

Hortaliças e frutas: é importante observar se não há manchas escuras na casca ou partes amolecidas. Se houver alguma alteração na cor normal do produto, escolha outro. A consistência precisa ser firme e ter características de cada tipo de vegetal. As frutas devem estar cheirosas. Não compre frutas e vegetais perfurados ou machucados.

Tomando esses cuidados na hora de adquirir e conservar os alimentos, você obtém uma segurança maior e evita a intoxicação alimentar neste verão. Na próxima vez, quando vamos falar sobre os microorganismos que podem infectar os alimentos e os cuidados necessários para impedir a contaminação.
Doenças transmitidas por Alimentos

As doenças de origem alimentar podem ser classificadas em três grupos:

Toxinfecções Alimentares - são doenças transmitidas pela ingestão de alimentos contaminados por bactérias, fungos, vírus, protozoários e seus respectivos produtos tóxicos.

Intoxicações Químicas - são doenças ocasionadas pela ingestão de alimentos contaminados por metais, agrotóxicos e substâncias raticidas e inseticidas usadas contra pragas.

Intoxicações Naturais - ocorrem por confusão na escolha de produtos semelhantes a espécies tóxicas de plantas e cogumelos, ou contaminação natural de peixes, moluscos e mexilhões com substâncias tóxicas.

De acordo com os estudos estatísticos da Organização Mundial da Saúde, das doenças de origem alimentar, mais de 60% dos casos decorrem de técnicas inadequadas de processamento e contaminação dos alimentos servidos em restaurantes.

As toxinfecções alimentares dependem, fundamentalmente, de quatro fatores:

HIGIENE, TÉCNICA, TEMPERATURA E TEMPO

Toxinfecção Alimentar
Higiene

Ambiental
Alimentos
Mãos do Manipulador
Hábitos do Manipulador
Utensílios e Equipamentos
Técnica

Armazenamento
Preparo e Manipulação
Conservação
Temperatura

Conservação de Matéria-Prima
Manipulação e Preparo
Armazenamento de Alimentos
Exposição ou Distribuição
Tempo

Armazenamento
Manipulação e Preparo
Exposição e Distribuição


PRINCIPAIS AGENTES DE TOXINFECÇÕES ALIMENTARES


STAPHYLOCOCCUS AUREUS

Período de incubação de uma a seis horas

Fonte

nariz, boca, pele e mãos

Contaminação

manipulação inadequada dos alimentos

Alimentos envolvidos

carnes cozidas, produtos lácteos, cremes e recheios doces ou salgados

Quadro clínico

vômitos, náuseas, diarréias, prostração

BACILLUS CEREUS
Período de incubação

de oito a vinte e duas horas (forma diarreica) de uma a seis horas (forma emética)
Fonte

solo, cereais e grãos, farinhas e hortaliças

Contaminação

cruzada, principalmente por vegetais, caixas de transporte e exposição a pó
Alimentos envolvidos

arroz, feijão e outros cereais e vegetais cozidos, pudins e cremes de amido, sopas de vegetais e massas secas
Quadro clínico

náuseas e vômitos na forma emética e diarréia na forma diarreica

CLOSTRIDIUM BOTULINUM
Período de incubação

de doze a setenta e duas horas
Fonte

solo, vegetais, frutas e peixes
Contaminação

manipulação/industrialização inadequadas
Alimentos envolvidos

conservas de origem vegetal, carnes cozidas, patês, escabeche
Quadro clínico

visão dupla, dificuldade para falar ou engolir, paralisia

CLOSTRIDIUM PERFRINGENS
Período de incubação

de oito a vinte e duas horas
Fonte

solo, fezes e hortaliças
Contaminação

cruzada, carnes e aves, caixas de transporte
Alimentos envolvidos

Carnes mal cozidas, legumes cozidos, massas
Quadro clínico

cólica, diarréia e dores abdominais intensas

ESCHERICHIA COLI
Período de incubação

de cinco a quarenta e oito horas
Fonte

fezes, água
Contaminação

cruzada, matéria prima
Alimentos envolvidos

hortaliças, carnes mal cozidas, saladas, massas frescas, alimentos manipuladoss
Quadro clínico

diarréia sanguinolenta, vômito, cólicas, febre na dependência da ingestão d toxinas ou do agente

SHIGELLA
Período de incubação

de doze a setenta e duas horas
Fonte

fezes, água
Contaminação

cruzada, manipulação
Alimentos envolvidos

manipulados
Quadro clínico

diarréia com muco e pus, cólica e mal estar

LISTERIA MONOCYTOGENES

Período de incubação

indeterminado
Fonte

solo, água em putrefação, animais domésticos e aves
Contaminação

cruzada, matéria-prima
Alimentos envolvidos

produtos lácteos, patês, presunto, lingüiças, alimentos mal cozidos e de confeitaria
Quadro clínico

cólica, diarréia, calafrios, dores nas juntas, linfadenites
INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO
DE ALIMENTOS

A tecnologia de alimentos é definida pela Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia como a aplicação de métodos e técnicas para o preparo, armazenamento, processamento, controle, embalagem, distribuição e utilização dos alimentos. Através da tecnologia empregada, pretende-se que os alimentos se conservem pelo maior tempo possível, evitando as perdas decorrentes de um sistema de abastecimento deficiente e da sazonalidade. Em vista disso, o setor que mais se desenvolveu nesta área da ciência moderna foi o de métodos de conservação de alimentos.

Com base na microbiologia, descobriu-se que existem microorganismos que proliferam também em ausência de oxigênio. São as bactérias anaeróbicas, que têm a capacidade de deteriorar os alimentos industrializados enlatados (fechados a vácuo), como também, dependendo do grupo, de transformá-los em perigo para a saúde do ser humano. O grupo Clostridium sobrevive no alimento processado na forma de esporos, alojando-se no intestino do homem, produzindo a toxina causadora do botulismo. O botulismo, quando não diagnosticado a tempo e não ocorrendo a devida medicação, leva à morte. A solução encontrada pela indústria, para destruir tanto a flora deteriorada quanto a patogênica foi a esterelização (destruição pelo calor). O alimento é submetido a um tratamento no vapor por tempo e temperatura determinados. No entanto, nem todo alimento resiste a temperaturas mais elevadas sem perder sua consistência normal. Nesse caso, a indústria é obrigada a utilizar outros meios para impedir a germinação do esporo, como a diminuição do pH com auxílio de aditivos.

Cientificamente, está provado que o calor reduz o valor nutricional dos alimentos; sua ação se verifica na alteração da estrutura dos aminoácidos, provoca a complexação dos sais minerais (junção de diferentes moléculas) diminuindo sua disponibilidade e a perda de vitaminas importantes como a tiamina (B1) e o ácido ascórbico. Do ponto de vista nutricional, portanto, o consumo de enlatados, apesar de sua praticidade, constitui uma desvantagem devido às perdas que ocorrem no processo e à alteração das propriedades organolépticas dos alimentos.

A melhor recomendação é a de equilibrar ao máximo a alimentação, isto é, evitar excessos. A ingestão constante de alimentos industrializados, consumir um produto em grandes quantidades, são circustâncias que podem facilitar ou predispor a ocorrência de distúrbios na saúde, muitas vezes difíceis de serem percebidos no diagnóstico das possíveis causas. Buscar, na medida do possível, privilegiar o consumo de alimentos frescos e produzidos sob manejo orgânico ou processados sem o uso de aditivos sintéticos é uma maneira simples e eficiente de diminuir à exposição às substâncias potencialmente prejudiciais à saúde.

Conservação dos Alimentos
A melhor recomendação é a de equilibrar ao
máximo a alimentação, isto é, evitar excessos
Aditivos Químicos Sintéticos

Dificilmente, hoje em dia, o consumidor encontra nas prateleiras dos supermercados e entrepostos de comercialização, um alimento processado que não contenha nenhum tipo de aditivo químico sintético.

A indústria de alimentos e a química cresceram e se interligaram de tal forma que um complexo sistema de pesquisas científicas se dedica a buscar novos princípios ativos que forneçam condições essenciais ao processamento, tornem o alimento mais estável e atraente e prolonguem sua vida de prateleira. Somente nos E.U.A, são produzidos mais de oito mil tipos de aditivos anualmente.

O Ministério da Saúde define que "aditivo para alimentos é toda substância intencionalmente adicionada ao mesmo com finalidade de conservar, intensificar ou modificar suas propriedades, desde que não prejudique seu valor nutritivo." Na legislação brasileira são doze as categorias (classes funcionais) de aditivos: acidulantes, antiespumantes, antioxidantes, antiumectantes, aromatizantes, conservadores, corantes, edulcorantes artificiais, edulcorantes naturais, espessantes, estabilizantes, umectantes.

Para o consumidor, porém, o que é apresentado nas embalagens é uma verdadeira "sopa" de letras e números (P.I, EPX, A-I, CT II, etc.) de difícil compreensão para o público leigo que compõem a quase totalidade dos consumidores. Considerando que o Código do Consumidor garante a este o direito a uma informação clara e precisa no rótulo a respeito do que contém o alimento, ainda há muito o que se reinvindicar nessa área.

Os aditivos, quanto à sua origem, podem ser: naturais (extraídos de plantas), semi-sintéticos (obtidos a partir de substâncias naturias e sintetizados artificialmente) ou sintéticos (produzidos quimicamente em laboratórios). Outra classificação importante, diz respeito à sua presença nos alimentos, os aditivos podem ser:

Intencionais: aqueles adicionados propositadamente aos alimentos no processamento industrial. Podem ser obrigatórios (espessantes, estabilizantes) ou opcionais (corantes).

Incidentais ou Acidentais: são resíduos de substâncias encontradas nos alimentos como os agrotóxicos e antibióticos utilizados na agropecuária convencional.

O comitê de especialistas em alimentos de vários paises ligado à Organização Mundial de Saúde, não permite o uso de aditivos incidentais nos alimentos. Também as regras internacionais e mundiais para produtos agroecológicos além de proibirem o uso de agrotóxicos e de quaisquer outros produtos na lavoura e na criação animal que gerem resíduos potencialmente tóxicos nos alimentos, não admitem o uso de aditivos semi ou inteiramente sintéticos nos alimentos orgânicos. Desta forma, dão um passo adiante, no sentido de apresentarem um cuidado maior com a saúde dos consumidores.

Cabe ressaltar, contudo, que alguns aditivos naturais utilizados pela indústria são, inclusive, substâncias essenciais ao corpo humano, como as vitaminas A, C e E. Outras são encontradas naturalmente nos alimentos (como o a lactose do leite e a albumina do ovo) e adicionadas a outros produtos sem riscos de gerarem efeitos colaterais. Para saber o que é permitido na produção agroecológica, é necessário consultar o Anexo V da Instrução Normativa n0 007 de 19/05/1999. Em caso de dúvida sobre algum aditivo natural que não esteja contemplado nesta lei, o consumidor deverá entrar em contato com uma das entidades certificadoras, a fim de obter esclarecimento sobre o tema.

Veja, a seguir, os 12 aditivos sintéticos mais comuns, que devem ter um consumo restrito ou evitado e seus riscos para a saúde humana:

Gorduras Hidrogenadas: riscos de doenças cardiovasculares e obesidade.

Corantes Artificiais para alimentos: alergias, asma, hiperarividade, possibilidade de serem substâncias carcinogênicos (que induzem o aparecimento de cânceres).

Nitritos e Nitratos: essas substâncias podem gerar nitrosaminas no organismo, que podem ser cancerígenas.

Sulfitos (dióxido de enxofre, metabisulfito, e outros): reações alérgicas e asmáticas.

Açúcares e Adoçantes: obesidade, cáries, diabetes, hipoglicemia, incremento de triglicerídeos (gordura na corrente sanguínea) ou candidíase.

Adoçantes artificiais (Aspartame, Acesulfame K e Sacarina): problemas de comportamento, hiperativiade, alergias e possivelmente carcinogênicos. O governo desaconselha o uso de adoçantes artificiais para crianças e mulheres grávidas. Qualquer pessoa com fenilcetonúria (com incapacidade para metabolizar o aminoácido "fenilalanina" presente nas proteínas) não deve usar o aspartame.

Glutamato monosódico: alergias e reações como dores de cabeça e depressão, também pode agir como uma neurotoxina.

Conservantes (Butil Hidroxitolueno – BHT; Butil Hidroxianisol – BHA; Cálcio Dissódico – EDTA, entre outros): reações alérgicas, hiperatividade, possibilidade de causar câncer. O BHT pode ser tóxico para o sistema nervoso.

Flavorizantes Artificiais: alergias e alterações no comportamento.

Farinhas refinadas: baixo teor de calorias, desbalanceamento de carbohidratos, alterações na produção de insulina.

Sal (excesso): retenção de líquidos no corpo e aumento da pressão arterial.

Olestra (um tipo de gordura artificial): diarréia e distúrbios digestivos.
Radiações Ionizantes

Após a descoberta da radioatividade em 1896, por Henri Becquerel, verificou-se em laboratório que as radiações ionizantes afetavam os sistemas biológicos. Por meio delas, organismos vivos podiam ser exterminados e a estrutura dos tecidos alterada. Na década de 50, a Comissão de Energia Atômica e o Exército Americano financiaram pesquisas sobre o uso de radiações ionizantes para preservação dos alimentos. Em 1963, a FDA (Food and Drug Administration) permitiu seu uso no trigo e derivados, assim como no bacon. Posteriormente, vários países como a URSS e Israel, passaram a realizar pesquisas na área, objetivando o seu emprego.

Atualmente, as radiações ionizantes são utilizadas com os seguintes objetivos: esterilização, pasteurização, desinfestação e inibição da germinação. Os níveis de radiação envolvidos compreendem uma faixa entre 5 mil e 4 milhões de "radios" (uma medida padrão para mensurar a radiação absorvida). Para se ter uma idéia dessa radiação, os aparelhos de raios X emitem menos que um radio por sessão.

Apesar de os especialistas afirmarem que não há intenção de uso de radiações com alta energia como a dos nêutrons, que tornariam os alimentos radioativos, é fundamental uma análise crítica sobre o seu uso, uma vez que, até o momento, não existem estudos suficientes que garantam sua inocuidade; isto, por si só, é suficiente para avaliação do binômio risco-benefício.

Cabe salientar que as radiações, conforme já foi comprovado, destroem tecidos vivos e impedem a germinação. O valor nutricional do alimento também é afetado: vitaminas A, C, E, K, B12, B6 e o ácido fólico são inativadas ou destruídas no processo. Proteínas são desnaturadas e as gorduras tendem à rancificação (se oxidam), pela destruição dos antioxidantes. Considerando que o principal objetivo da alimentação é nutrir o organismo, torna-se altamente questionável o uso de um processo de conservação de alimentos que destrói tantos nutrientes essenciais ao corpo humano.
Apesar de já existirem normas e padrões para alimentos irradiados com a aprovação do Ministério da Saúde, o uso dessa tecnologia envolve questões sociais mais complexas. É imprescindível analisar de que forma este e outros métodos empregados hoje na indústria de alimentos para sua conservação contribuem verdadeiramente para tornar o alimento mais saudável, seguro e barato para a população. Essa questão é fundamental quando sabemos que boa parte dos alimentos industrializados perdem seu valor nutricional, em função dos métodos de conservação empregados. Ou quando consideramos que o baixo poder aquisitivo da população restringe seu acesso a alimentos mais elaborados; sem mencionar os desperdícios que ocorrem devido à ineficiência do atual sistema de abastecimento.

Outro aspecto fundamental é o acesso do consumidor à informação. Devido ao desconhecimento, alguns produtos são rejeitados devido à sua aparência, como é o caso do iogurte de morango, originalmente branco, que o consumidor só o aceita com o acréscimo de corantes artificiais. Assim, para reconhecer o valor biológico e nutricional dos alimentos como dimensões prioritárias na construção de uma boa saúde, o consumidor necessitará conhecer os riscos e inconvenientes de diversos processos de industrialização de alimentos para realizar uma escolha criteriosa do que levará para casa. Em outras palavras: atualmente, saber o que se come é tão importante quanto saber comer.
Métodos para Conservar Alimentos

Como grande ícone do processamento tecnológico, conservação é a arte que consiste em manter o alimento o mais estável possível, mesmo em condições nas quais isso não seria viável. Quando falamos em conservar os alimentos precisamos pensar em três características, são elas: físicas, químicas e biológicas.

Assim, dizemos que conservar é manter as características do alimento estáveis, por isso, é importante ressaltar que o alimento a ser conservado precisa chegar à etapa de conservação com boa qualidade, uma vez que o processo de conservação não reverte o quadro de deterioração já iniciado, podendo apenas retardá-lo.

O ponto de partida, então, para um processo de conservação ideal, é o recebimento de matérias-primas de boa qualidade. Por exemplo, para produtos de origem vegetal, a qualidade física depende principalmente dos estágios finais do processo produtivo (a colheita e o transporte), além de suas condições de armazenamento antes e depois da ação das etapas conservativas.

A colheita pode ser feita de forma manual ou mecânica, mas independente do tipo, podem ocorrer danos físicos aos produtos alimentícios, tais como rachaduras, amassamento, quebra ou formação de fissuras. Neste momento, além da integridade física ser modificada, ocorrem também alterações químicas e microbiológicas prejudiciais aos alimentos.

A quebra, as rachaduras e as fissuras abrem a "porta" de entrada para contaminações. A partir daí, a conservação só pode agir na parte microbiológica, retardando o processo de proliferação dos microorganismos com o controle de variáveis como a temperatura, o pH e a umidade. Alternativa é o emprego de esterilização por meio do processo de irradiação de alimentos, que elimina completamente a carga microbiológica do mesmo, inclusive ovos e larvas de insetos e artrópodes presentes no interior dos alimentos e tratamento pelo calor que também trabalha com a morte dos microorganismos termossensíveis.

As alterações químicas nos alimentos são geralmente causadas pela presença de microorganismos deterioradores. Os carboidratos, por exemplo, são utilizados como fonte de energia, além de gerarem produtos que alteram sensorialmente os alimentos. As proteínas são hidrolisadas a aminoácidos e peptídeos e a degradação de aminoácidos resulta na formação de compostos como aminas biogênicas que causam odor pútrido (podre) aos alimentos. E os lipídeos são quebrados por enzimas específicas produzidas por algumas bactérias provocando o aparecimento de compostos menores, como os ácidos graxos livres, dos quais alguns conferem odor desagradável aos produtos.

As alterações microbiológicas são relativas à parte de microbiologia de alimentos. Silva Junior (2002) define a microbiologia de alimentos como a ciência que estuda as toxinfecções alimentares e as deteriorações. Neste caso o problema está na presença dos microorganismos no alimento, ou de toxinas produzidas por eles, uma vez que ambos irão causar doenças de ordem alimentar nos consumidores.

O fator econômico é muito importante quando se escolhe o método a ser empregado, pois existem processos que são muito caros para determinados tipos de alimentos, por exemplo a refrigeração, que tem alto custo devido à necessidade de se manter a cadeia do frio. Logo, a indústria pode não conseguir repassar este custo para o preço final, uma vez que o preço do produto ficaria muito alto. Como o consumidor não tem percepção sobre o valor agregado dos processos, ele não consegue visualizar os benefícios.

Existem vários métodos para conservar os alimentos. O que difere um do outro é a forma pela qual o alimento é tratado. A adequação do tipo de conservação ao tipo de alimento é extremamente importante. Sabemos, porém, que, na maioria das vezes, o ideal é o emprego de processos combinados. Por exemplo, no leite que é tratado com o processo de pasteurização (conservação pelo calor) necessitamos de posterior refrigeração (conservação pelo frio) para conservá-lo bom para o consumo o maior tempo possível
métodos para conservar os alimentos
CONSERVAÇÃO PELO CALOR

O uso de calor para conservar alimentos tem por objetivo a redução da carga microbiana e a desnaturação de enzimas. Vários tipos de tratamento térmico podem ser aplicados, a depender da termossensibilidade do alimento e da sua suscetibilidade à deterioração, bem como da estabilidade requerida do produto final. Um tratamento térmico seguro deve ser selecionado com base no binômio tempo-temperatura requerido para inativar os microorganismos patogênicos e deterioradores mais termorresistentes em um dado alimento e da embalagem (Azeredo, 2004).

Existem diferentes tipos de tratamento pelo calor, desde os mais conhecidos, como a pasteurização e esterilização, até os menos conhecidos da grande população, como o branqueamento.
Pasteurização

O método da pasteurização leva este nome em homenagem a Louis Pasteur, o primeiro a perceber que havia a possibilidade e inativação de microorganismos deterioradores em vinho por meio da aplicação de calor.

A pasteurização tem como objetivo principal a destruição de microorganismos patogênicos associados ao alimento em questão. Um objetivo secundário é aumentar a vida de prateleira do alimento, reduzindo as taxas de alterações microbiológicas e enzimáticas. Os produtos pasteurizados podem conter, ainda, muitos organismos vivos capazes de crescer, o que limita sua vida de prateleira. Assim, a pasteurização é, muitas vezes, combinada com outros métodos de conservação e muitos produtos pasteurizados são estocados sob refrigeração (Potter & Hotchkiss, 1995).

Microorganismos patogênicos são os que causam doenças a quem ingere o alimento, por meio da ingestão de alimento contendo carga microbiana ou toxinas produzidas pelos microorganismos.
Existem três tipos de pasteurização

· pasteurização lenta, na qual utilizamos temperaturas menores durante maior intervalo de tempo. Este tipo é melhor para pequenas quantidades de leite, por exemplo o leite de cabra. A temperatura utilizada é de 65°C durante trinta minutos.

· pasteurização rápida, na qual utilizamos altas temperaturas durante curtos intervalos de tempo. É mais utilizada para leite de saquinho, do tipo A, B e C. A temperatura utilizada é de 75°C durantes 15 a 20 segundos, na literatura, freqüentemente encontramos este tipo de pasteurização com a denominação HTST (High Temperature and Short Time), alta temperatura e curto tempo.

· pasteurização muito rápida, na qual as temperaturas utilizadas vão de 130°C a 150°C, durante três a cinco segundos, este tipo é mais conhecido como UHT (Ultra High Temperature) ou longa vida.
Esterilização Comercial

Para alimentos, quando dizemos esterilização estamos nos referindo, na verdade, à esterilização comercial, ou seja, não atingimos a temperatura que tornaria o alimento completamente estéril. Se isso ocorresse, o alimento tratado não se tornaria interessante para o consumo do ponto de vista nutricional e sensorial.

Segundo Potter & Hotckiss (1995), a esterilização comercial refere-se a um tratamento térmico que inativa todos os microorganismos patogênicos e deterioradores que possam crescer sob condições normais de estocagem. Os alimentos comercialmente estéreis podem conter um pequeno número de esporos bacterianos termorresistentes, que não se multiplicam no alimento. A maior parte dos alimentos enlatados é comercialmente estéril, tendo uma vida de prateleira de pelo menos dois anos. Mesmo após períodos mais longos de estocagem, sua deterioração, geralmente, ocorre devido a alterações não microbiológicas.

Para reduzirmos os danos sensoriais e nutricionais aos alimentos tratados pelo calor, o melhor é submetermos os alimentos ao menor tempo de exposição ao calor que for possível e utilizarmos temperaturas mais altas. Isso minimiza as possíveis perdas nutricionais e sensoriais e atinge bons resultados no que se refere à segurança microbiológica.
Branqueamento

Na parte de frutas e hortaliças o branqueamento é freqüentemente utilizado. Este tratamento térmico tem a finalidade de inativar enzimas que poderiam causar reações de deterioração, como o escurecimento. As reações enzimáticas são responsáveis por alterações sensoriais e nutricionais, principalmente no período de estocagem.

Algumas das razões que justificam a necessidade de inativação enzimática previamente a diferentes tipos de processamento são as seguintes (Fellows, 1998):

· No caso de produtos a serem congelados, a temperatura de congelamento geralmente utilizada durante a estocagem (-18ºC) não inibe totalmente a atividade enzimática.

· Os processos de desidratação, geralmente, não utilizam temperaturas suficientes para inativar enzimas, requerendo um branqueamento prévio para inativá-las.

· Nos processos de esterilização, o tempo necessário para que a temperatura de processo seja atingida, especialmente quando se utilizam recipientes de grandes dimensões, pode ser suficiente para permitir que ocorra atividade enzimática.

O branqueamento tem, também, outros efeitos, como o de reduzir a carga microbiana inicial do produto. Além disso, o branqueamento promove amaciamento de tecidos vegetais, facilitando envase, e remove ar dos espaços intercelulares, auxiliando, assim, a etapa de exaustão (retirada do ar do produto e do espaço livre das embalagens, antes do fechamento). A remoção de ar pode, ainda, alterar o comprimento da onda da luz refletida no produto, como ocorre em ervilhas, que adquirem uma cor verde mais brilhante (Azeredo, 2004).
CONSERVAÇÃO PELO frio

A conservação pelo frio é uma das mais utilizadas no dia-a-dia da população. Os congelados vêm se tornando cada vez mais freqüentes na mesa do brasileiro e a refrigeração doméstica é a principal arma da população contra a deterioração dos alimentos e conseqüente desperdício.

Enquanto na conservação pelo calor trabalhamos com a morte de microorganismos e inativação de enzimas, na conservação pelo frio o fator que controlamos é a proliferação microbiana e reações químicas, como as reações enzimáticas.

Sabemos que existem microorganismos que podem estar presentes nos alimentos em contagens toleráveis. Isso significa que, dependendo do tipo de alimento e do tipo de microorganismo, podemos consumí-lo com certa carga microbiológica sem prejuízos para a qualidade do alimento e, em conseqüência, para a nossa saúde.

Todos os microorganismos têm temperaturas ótimas para o seu crescimento e reprodução, sendo assim, o princípio básico da conservação pelo frio é manter a temperatura abaixo da ideal para o crescimento e proliferação microbiana. Da mesma forma as reações químicas ocorrem em temperaturas ideais, sendo assim o princípio para minimizá-las é o mesmo, manter a temperatura abaixo da ideal.

Existem dois tipos de conservação pelo frio: a refrigeração e o congelamento. Cada um se adequando ao tipo de alimento e ao tempo de conservação que se deseja atingir.
Refrigeração

Para manter os alimentos refrigerados é necessário mantê-lo em temperaturas entre 0°C e 7°C. Neste caso os impactos sobre as propriedades nutricionais e sensórias é mais brando, porém conseguimos atingir tempos de conservação menores.
Congelamento

Para o congelamento ser eficiente, necessitamos de temperaturas de -18°C ou inferiores. Existem microorganismos que ainda crescem a temperaturas de -10°C o que acarreta um perigo para o congelamento mal monitorado. Sabemos porém que a temperatura de -18°C ou menos ocorre a inibição total de microorganismos.
CONSERVAÇÃO PELO controle de umidade

A disponibilidade de água é um dos fatores mais importantes para a manutenção da vida no nosso planeta, assim como a presença de macronutrientes como carboidratos, proteínas, lipídeos; micronutrientes como vitaminas e minerais e a qualidade do ar. O conjunto desses fatores em quantidade e qualidade adequadas é responsável pela manutenção do equilíbrio fisiológico da vida.

Assim como nós, os microorganismos necessitam de água para a sua manutenção. Ela, como solvente universal, serve, por exemplo, para transportar os nutrientes para todo o espaço intracelular e para solubilizar nutrientes que na sua forma original não poderiam ser aproveitados pelos microorganismos.

A conservação por controle de umidade consiste na retirada de água do alimento, ou seja, a sua desidratação. Azeredo (2004), afirma que o objetivo principal da redução da atividade de água de alimentos é a redução das taxas de alterações microbiológicas. Existem, ainda, outros objetivos adicionais, como a redução de alterações químicas, a redução de custos com embalagem, transporte e distribuição, além da conveniência.

A remoção de água dos alimentos pode ser feita das seguintes formas:
Secagem por ar aquecido

A secagem convencional por ar aquecido é realizada em secadores cujo sistema baseia-se na circulação de ar aquecido, combinando, dessa forma, transferência de calor (aquecimento do produto) e de massa (remoção da umidade) (Azeredo, 2004). Este método porém causa alterações indesejáveis para os alimentos principalmente o endurecimento da parte externa do mesmo, o que é percebido pelo consumidor e que causa o desprezo do mesmo pelo produto. Para atingir o mesmo objetivo com menores graus de alteração nutricional e sensorial podemos utilizar a liofilização, a atomização e a desidratação osmótica.
Liofilização

O processo de liofilização é composto por duas etapas, congelamento rápido e sublimação da água presente no congelado a vácuo. A sublimação da água é o processo de passagem da mesma do estado sólido (gelo) para o gasoso, sem passar pelo estado líquido. Isso é feito devido a combinação de pressão e temperatura adequadas. O processo é rápido e causa poucas alterações de ordem sensorial e nutricional aos produtos devido, também, às baixas temperaturas requeridas. A principal limitação deste processo é a econômica, uma vez que este é o processo mais caro dentre os processos de desidratação.
Atomização (Spray-drying)

A secagem por atomização envolve a pulverização de um alimento líquido, formando gotículas que são lançadas em uma câmara fechada. As gotículas entram em contato com uma corrente de ar aquecido (em fluxo concorrente ou contracorrente), que supre o calor necessário à evaporação, havendo, assim, formação de partículas secas (Azeredo, 2004).

O diferencial deste processo é o tempo de permanência do produto no secador, de 5 a 100 segundos, o que é bom para produtos termossensíveis.
Desidratação Osmótica

A desidratação osmótica é bastante utilizada como um pré-processo de desidratação, uma vez que a água removida é da ordem de 40% a 70%. A água restante pode ser retirada por exemplo por atomização, diminuindo bastante os custos com energia.

O processo consiste na imersão do alimento (geralmente frutas e hortaliças) em solução supersaturada de soluto. O que ocorre é a “captura” da água do alimento pelo soluto. Os solutos geralmente são pouco absorvidos pelos produtos, uma vez que a permeabilidade das membranas celulares a este tipo de composto é pequena.
CONSERVAÇÃO PELa adição de soluto

A adição de solutos é outra forma de controle de umidade, entretanto, neste método não há retirada de água. O que ocorre quando adicionamos um soluto no alimento é a “captura” da água livre no alimento pelo soluto, tornando a água indisponível para a sua utilização por microorganismos e reações químicas.

Os solutos mais utilizados com esta finalidade são o açúcar e o sal. No dia-a-dia utilizamos este tipo de conservação, mas nem sempre sabemos os princípios físico-químicos presentes nos métodos.

Na produção de geléias caseiras utilizamos a adição de açúcar, além do caráter conservativo, este método é, também, forma de produção de outro alimento, que, muitas vezes, se torna o meio de ganhar dinheiro para muitas pessoas.

Já o sal, é utilizado, por exemplo, para a produção da carne de sol e carne seca. Um método utilizado em grande parte das vezes pela carência de refrigeração e congelamento, hora por parte de equipamentos, hora por parte de disponibilidade energética.

A carne é um dos principais alimentos que supre as necessidades nutricionais de proteínas, portanto, quando não se pode lançar mão da refrigeração e do congelamento, se faz necessário encontrarmos alternativas para a conservação da mesma para que haja disponibilidade para o consumo freqüente.
CONSERVAÇÃO Por defumação

A fumaça resultante da queima da madeira contém compostos químicos formados durante o processo, como os aldeídos, fenóis e ácidos alifáticos, que têm poder bactericida.

Além do efeito dos compostos químicos formados durante o processo, a exposição do alimento a altas temperaturas tem papel coadjuvante, uma vez que age como tratamento pelo calor e como desidratante, diminuindo, portanto, o teor de água dos alimentos. Ocorre também a formação de uma “casca” externa que atua como um “isolante” que dificulta a entrada de novos contaminantes.

A seguir algumas das vantagens da defumação citadas por Evangelista (2000):

durante o processo, a camada superficial do produto fica impregnada dos componentes da fumaça, que lhe dão certa proteção contra os microorganismos;
confere marcado poder conservador, devido ao calor alcançado e a penetração, no produto, dos componentes da fumaça; a combinação da fumaça e do elevado grau de calor (60 graus), pode diminuir cerca de dez mil vezes, a população bacteriana da superfície;
o sal presente e a desidratação resultante da defumação, ajudam a conservação do alimento;
CONSERVAÇÃO Por fermentação

A conservação por fermentação baseia-se no antagonismo entre espécies microbianas, em que uma ou mais espécies inibem as demais, por meio da competição por nutrientes e da produção de metabólitos antimicrobianos a partir de substratos presentes no alimento. Tais metabólitos, geralmente ácidos orgânicos, álcoois e CO2, limitam o crescimento da flora patogênica e/ou deterioradora (Ross et al., 2002).

A fermentação necessita, em alguns casos, de métodos complementares de conservação como a pasteurização, no caso da cerveja, e no caso de laticínios há necessidade de armazenamento em refrigeração.

Além do objetivo de conservação a produção dos ácidos, álcoois e CO2 são responsáveis por conferir características sensoriais agradáveis aos alimentos. A partir da percepção disso o mercado passou a utilizar a fermentação em maior escala para este fim, em detrimento da finalidade conservativa.
CONSERVAÇÃO Por aditivos químicos A ação antimicrobiana dos conservantes baseia-se em efeitos sobre um ou mais dos seguintes componentes/atividades: DNA, membrana plasmática, parede celular, síntese protéica, atividade enzimática, transporte de nutrientes (Luck & Jager, 1997).

Os conservantes mais utilizados são os ácidos orgânicos, porém os nitritos e nitratos e os sulfitos também são utilizados em menor escala.

Segundo (Brul & Coote, 1999), os ácidos orgânicos são compostos que inibem o crescimento tanto de bactérias quanto de fungos e Blocher & Busta (1985) citam que existem relatos sobre a inibição de germinação e do crescimento de esporos de bactérias.

Os sulfitos são mais efetivos contra bactérias que contra bolores e leveduras (Luck & Jager, 1997).

A maior limitação ao uso dos sulfitos diz respeito a efeitos adversos sobre a saúde, como episódios de asma em indivíduos sensíveis a essa classe de compostos (Taylor et al., 1986). Segundo o FDA (Food and Drug Administration), 1% das pessoas é sensível aos sulfitos; entre os asmáticos, essa proporção aumenta para 5% (Papazian, 2003).

Os nitritos (NO2-) e nitratos (NO3-) têm sua ação antimicrobiana dirigida exclusivamente contra bactérias. O principal objetivo de sua utilização é a inibição do crescimento e a formação de toxinas por Clostridium botulinum (Luck & Jager, 1997; Epley et al., 2002).
CONSERVAÇÃO Por irradiação

O objetivo é aumentar a vida útil (shelf life) de produtos alimentícios para auxiliar em processos de distribuição e comercialização. Além disso, o incremento em tempo de conservação também é sentido pelo principal ator no cenário comercial, o consumidor.

A irradiação de alimentos não causa prejuízos ao alimento no que tange a formação de novos compostos químicos que poderiam transmitir doenças ao ser humano quando da sua ingestão. Porém, como em todo processo de conservação, existem perdas no alimento de ordem nutricional e organoléptica.

A propriedades organolépticas são as propriedades que podem ser percebidas pelos sentidos do consumidor, como a cor, o sabor, a texturas, e o odor.

As pesquisas são necessárias, então, para determinarmos a dose de irradiação, que deve ser aplicada a cada tipo de alimento que maximize o seu tempo de conservação e, ao mesmo tempo, minimize as perdas de ordem nutricional e organoléptica.

Para medir as perdas nutricionais podemos lançar mão da bromatologia, que estuda as quantidades de nutrientes como os carboidratos, proteínas, lipídeos, cinzas (minerais) e vitaminas e para as propriedades organolépticas trabalhamos com as análises sensoriais. Para Silva Junior (2002), análise sensorial é a disciplina científica usada para evocar, medir, analisar e interpretar reações das características dos alimentos e materiais como são percebidas pelos sentidos da visão, olfato, gosto, tato e audição.

Quando irradiamos os alimento, a primeira coisa que analisamos é qual é o alimento que vai ser tratado por irradiação e qual o objetivo que queremos alcançar no final do processo.

O tratamento por irradiação pode ser aplicado para inibir brotamento, (para bulbos e tubérculos), retardar a maturação e senescência, ou seja, envelhecimento (frutas e legumes), redução de carga microbiológica (carnes, frutas e legumes), eliminação de parasitas e pragas (grãos, cereais, frutas e especiarias) e esterilização (alimentos prontos para o consumo, conservados em temperatura ambiente).