quinta-feira, 10 de junho de 2010

Atualidade

Israel alivia embargo a Gaza e permite entrada de alimentos
Por Nidal al-Mughrabi

GAZA (Reuters) - Israel aliviará seu embargo a Gaza para permitir a entrada de alguns alimentos e bebidas ao território, disseram autoridades palestinas nesta quarta-feira, após pressão internacional causada pelo ataque israelense a um comboio com ajuda humanitária.

O grupo militante islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, disse que há demanda por cimento, banido por Israel e essencial para a reconstrução do território após a guerra de janeiro de 2009, e não por refrigerantes.

Uma autoridade israelense disse que a nova lista de produtos não está relacionada à operação israelense de 31 de maio contra um comboio com ajuda que tentou furar o bloqueio de Israel a Gaza. O anúncio foi feito horas antes do encontro entre os presidentes norte-americano, Barack Obama, e palestino, Mahmoud Abbas, em Washington.

Havia expectativa de que as conversas entre Obama e Abbas focassem em maneiras de aliviar o embargo, alvo de condenação internacional desde o ataque por comandos israelenses a uma frota de navios, que matou nove ativistas pró-palestinos.

Obama disse que a situação em Gaza é insustentável e Abbas repetiu seu pedido pelo fim do bloqueio.

Obama afirmou que os Estados Unidos doarão 400 milhões de dólares em nova ajuda para os palestinos.

Autoridades palestinas na Cisjordânia disseram que, a partir da próxima semana, Israel irá permitir a entrada em Gaza de alguns alimentos, refrigerantes e sucos.

Israel diz que seu bloqueio a Gaza é necessário para impedir o fornecimento de armas ao Hamas.

A Organização das Nações Unidas diz que o embargo israelense criou uma crise humanitária em Gaza, uma alegação negada por Israel.

(Reportagem adicional de Mohammed Assadi, em Ramallah, e Allyn Fisher-Ilan, em Jerusalém)

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Lula chama de equívoco decisão da ONU de impor sanções ao Irã
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira a decisão do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas de impor uma nova rodada de sanções ao Irã. Lula aproveitou para cobrar uma mudança na composição do conselho e disse que a medida foi "um equívoco".

"Lamentavelmente desta vez quem queria negociar era o Irã e quem não queria negociar eram aqueles que acham que a força resolve tudo. Acho que foi um equívoco a tomada de decisão", disse Lula em discurso em Natal.

Nesta quarta-feira, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma quarta rodada de sanções contra o Irã por conta de seu programa nuclear, que o Ocidente suspeita ter objetivo de desenvolver armas atômicas.

Foram 12 votos a favor da resolução. O Líbano se absteve, enquanto Turquia e Brasil votaram contra --os dois países negociaram um acordo em maio com o Irã que pretendia evitar as sanções.

"Acho que o Conselho de Segurança jogou fora uma oportunidade histórica de negociar tranquilamente o programa nuclear iraniano", completou.

"É um episódio que enfraquece o Conselho de Segurança. Nós estamos tentando reformá-lo há mais de 17 anos", afirmou Lula, para quem as sanções significam uma "vitória de pirro".

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Conselho de Segurança da ONU aprova novas sanções ao Irã
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta quarta-feira uma quarta rodada de sanções contra o Irã por conta do programa nuclear da República Islâmica, que o Ocidente suspeita ter objetivo de desenvolver armas atômicas.

Foram 12 votos a favor da resolução. O Líbano se absteve, enquanto Turquia e Brasil votaram contra.

Os 15 países do Conselho se reuniram para votar a proposta de resolução, resultado de cinco meses de negociações entre EUA, Grã-Bretanha, França, China, Rússia e Alemanha.

As quatro potências ocidentais queriam medidas mais duras, inclusive contra o setor energético iraniano, mas Pequim e Moscou conseguiram diluir as punições previstas no documento de dez páginas.

A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, disse na terça-feira no Equador que estas serão "as sanções mais significativas que o Irã jamais enfrentou".

O Irã rejeita as acusações ocidentais, alegando que suas atividades de enriquecimento de urânio estão voltadas apenas para fins pacíficos, como geração de energia e pesquisas médicas.

A resolução prevê restrições a mais bancos iranianos no exterior, caso haja suspeita de ligação deles com programas nuclear ou de mísseis. Estabelece também uma vigilância nas transações com qualquer banco iraniano, inclusive o Banco Central.

Além disso, ela amplia o embargo de armas contra o Irã e cria entraves à atuação de 18 empresas e entidades, sendo três delas ligadas às Linhas de Navegação da República Islâmica do Irã, e as demais vinculadas à Guarda Revolucionária.

A resolução estabelece também um regime de inspeção de cargas, semelhante ao que já existe em relação à Coreia do Norte.

Paralelamente à resolução, 40 empresas serão acrescidas a uma lista pré-existente de empresas com bens congelados no mundo todo, por suspeita de colaboração com programas nuclear e de mísseis do Irã.

No mês passado, Brasil e Turquia mediaram um acordo de intercâmbio de material nuclear do Irã, na esperança de que isso desse espaço a mais negociações e evitasse as novas sanções.

EUA e seus aliados, no entanto, disseram que o acordo não altera a recusa do Irã em abandonar o enriquecimento de urânio, conforme exigiam cinco resoluções anteriores do Conselho de Segurança. (Reportagem de Louis Charbonneau e Patrick

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Sanções da ONU põem Irã no caminho da 'confrontação', diz embaixador iraniano
O Irã disse nesta quarta-feira que a votação de mais uma rodada de sanções contra o país no Conselho de Segurança da ONU lhe deixa "sem outra alternativa a não ser a confrontação" com países do órgão.

O embaixador iraniano na ONU, Mohammad Khazaei, acusou os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a França - membros permanentes do órgão - de "falta de honestidade" ao pressionar pelas sanções e disse que a nova rodada de medidas é "um grande erro".

Segundo informações da agência oficial iraniana, Irna, o embaixador argumentou que "tais ações precipitadas desviam o caminho do diálogo de sua rota natural e indicam que o outro lado escolheu o caminho da confrontação".

"Assim, Teerã não tem outra alternativa a não ser escolher uma forma apropriada de enfrentar o segundo caminho", disse o embaixador.

Sanções

As sanções que devem ser aprovadas nesta quarta-feira no Conselho de Segurança da ONU serão "as mais significativas já aplicadas" contra o Irã, nas palavras da secretária americana de Estado, Hillary Clinton.

Os Estados Unidos rejeitam a argumentação iraniana de que o país está cooperando com a comunidade internacional na questão de seu programa nuclear.

Desde a assinatura de uma proposta de acordo de troca de urânio mediado pelo Brasil e a Turquia, no dia 17 de maio, o Irã tem argumentado que o Conselho de Segurança não tem necessidade de adotar novas medidas contra o país.

Pelo acordo, o país enviaria urânio com baixo teor de enriquecimento à Turquia e receberia, dentro de um ano, urânio mais enriquecido para ser usado em um reator com finalidades científicas em Teerã.

Segundo Khazaei, o entendimento assinado com Brasil e Turquia "iria abrir um novo caminho para a interação e criar um maior espaço para a cooperação construtiva em nível internacional e regional".

Por isso, disse ele, britânicos, americanos e franceses "não estão sendo honestos" em seu diálogo com outros membros do Conselho de Segurança ao rejeitar o acordo.

O embaixador acusou ainda os três países de adotar "dois pesos e duas medidas" ao tolerar o comportamento de Israel - país que nunca assinou o Tratado de Não-Proliferação Nuclear e é acusado de possuir armas nucleares - mas adotar uma "postura dura" contra o Irã, que alega não ter esse tipo de tecnologia.

O embaixador lembrou ainda que os Estados Unidos evitaram condenar Israel após o ataque a uma frota de barcos que levavam ativistas para a Faixa de Gaza, em uma operação que deixou nove mortos e gerou inúmeras críticas ao país entre a comunidade internacional.

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