segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

14/12/2009 - 10h05

Em protesto, países africanos abandonam negociação em Copenhague


Os países africanos, apoiados pelo grupo G77 de países em desenvolvimento, suspenderam a participação nesta segunda-feira (14) em vários grupos de negociação na conferência sobre mudanças climáticas de Copenhague, informaram um ministro ocidental e uma ONG.

"Conforme me contaram, eles abandonaram os grupos de negociação", declarou à France Presse um ministro de um país ocidental que pediu anonimato.

A suspensão é um protesto, já que consideram que os países ricos estão em divergências a respeito do Protocolo de Kyoto, o único instrumento internacional atualmente existente para lutar contra o aquecimento global.

O protocolo impõe obrigações às nações desenvolvidas ao mesmo tempo em que protege os países em desenvolvimento, que ficam desobrigados de reduções de emissões de gases-estufa.
De acordo com o Protocolo de Kyoto, assinado em 1997 no Japão, e em vigor a partir de 2005, 37 nações industrializadas se comprometem a reduzir suas emissões de seis gases-estufa em 5,5% em relação aos níveis de 1990 até 2012.
No entanto, os Estados Unidos, que não assinaram o acordo, dizem que ele é injusto por não obrigar a metas vinculantes grandes países em desenvolvimento que já são grandes emissores de gases-estufa.
A África soou o sinal de alerta para evitar que o trem descarrile ao fim desta semana. Os países pobres querem um resultado que garanta importantes reduções das emissões. Os países ricos, no entanto, estão tentando atrasar as discussões sobre o único mecanismo que dispomos para isto, o Protocolo de Kyoto", afirmou Jeremy Hobbs, diretor-executivo da ONG Oxfam International.

Acusações

Um grupo de países africanos havia acusado hoje anteriormente os desenvolvidos e a presidência dinamarquesa da cúpula do clima de Copenhague de querer "matar" o Protocolo de Kyoto.

O presidente do grupo, o delegado argelino Kamel Djemouai, denunciou a tentativa de tratar de maneira separada e misturada elementos que fazem parte de duas vias distintas de negociação, o de Kyoto e o da convenção da ONU.

"Se aceitarmos essa situação, assinaremos a morte de Kioto, o único documento legalmente vinculativo existente. O próximo tratado deverá ser ratificado e até que entre em vigor, passarão mais do que os sete anos que o de Kyoto", disse Djemouai em entrevista coletiva.

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