quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Conflitos marcam história política do Haiti
País, que viveu sob ditaduras militares e ocupação americana, praticamente desconhece momentos de paz
Com 80% da população vivendo com menos de US$ 1 por dia e ostentando a incômoda colocação de país mais pobre das Américas, o Haiti viveu um dos piores momentos de sua história política após à derrubada do presidente Jean-Bertrand Aristide, em 2004. Com o país em conflito após a queda do presidente, a Organização das Nações Unidas (ONU) enviou a Minustah, missão para establizar as tensões comandada pelo Brasil.

Mas as turbulências políticas vêm de muito antes. Sob domínio espanhol até 1697, e logo depois francês, o Haiti se tornou independente em 1804, após uma derrota da força expedicionária de Napoleão Bonaparte.

Entre 1915 e 1934, viveu sob ocupação militar americana, então combatida por uma guerrilha rural dirigida por Charlemagne Peralte (1886-1919) e de 1957 a 1986 sob a ditadura dos Duvalier — François "Papa Doc" Duvalier (1958-71) e seu filho Jean-Claude "Baby Doc" Duvalier (1971-86).

Em 1991, um golpe derrubou o presidente Jean-Bertrand Aristide, eleito democraticamente em dezembro de 1990. Do exílio, ele voltou a comandar o país em 1994, após a intervenção de 20 mil militares americanos. Seu sucessor, René Preval, foi eleito em dezembro de 1995 e deixou o cargo em fevereiro de 2001. Eleito novamente, Aristide voltou ao poder.

A insatisfação com o presidente Jean-Bertrand Aristide cresceu após acusações de que seu partido teria fraudado as eleições legislativas de 2000, o que resultaria em sua queda em 2004.

Em fevereiro daquele ano, grupos rebeldes contrários ao governo tomaram 11cidades no interior do país pedindo a renúncia do presidente. Depois de dizer que só sairia morto do país, Aristide embarcou em um avião do governo americano no dia 29 de fevereiro rumo à República Centro-Africana. Tropas dos Estados Unidos desembarcam no Haiti para restaurar o ordem.

Aristide, então, deixou a África e buscou asilo junto ao governo jamaicano, que negou o pedido alegando que a presença do presidente no Caribe iria desestabilizar ainda mais o Haiti.

No fim de setembro de 2004, grupos leais a Aristide organizaram protestos em Porto Príncipe e entraram em choque com a polícia haitiana nos bairros de Cité Soléil, Bel Air e La Saline. Em três semanas, mais de 50 pessoas morreram em conflitos em todo o país. Desde então, as tropas da ONU tentam restaurar a paz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário